Se depois de eu morrer,
quiserem escrever a minha biografia,
Tem só duas datas - a da minha
nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os
dias são meus.
Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos;
escrito entre 1913-15; publicado em Atena nº 5 de Fevereiro de
1925.
Às três horas e vinte e quatro
minutos da tarde de 13 de Junho de 1888 nasce em Lisboa Fernando
Pessoa. O parto ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São
Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos). De famílias da
pequena aristocracia, pelos lados paterno e materno, o pai, Joaquim ,
natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico
musical do «Diário de Notícias». A mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira
Pessoa , era natural dos Açores (mais propriamente,
da Ilha Terceira). Viviam com eles a avó Dionísia, doente mental, e duas
criadas velhas, Joana e Emília.
O poeta, pelo lado paterno, tem as
suas raízes familiares no concelho
de Arouca, nas freguesias do denominado «Fundo do Concelho»
de Arouca.
Pessoa foi
internado no dia 29 de Novembro de 1935, no Hospital de São Luís dos Franceses,
em Lisboa, com diagnóstico de "cólica hepática" causada por cálculo
biliar associado a cirrose hepática, diagnóstico que é hoje contestado por
estudos médicos, embora o excessivo consumo de álcool ao longo da sua vida seja
consensualmente considerado como um importante factor causal. Segundo um desses
estudos, Pessoa não revelava alguns dos sintomas mais típicos de cirrose
hepática, tendo provavelmente sido vítima de
uma pancreatite aguda. Morreu no dia 30 de Novembro, com 47
anos de idade.
A sua
última frase foi escrita na cama do hospital, em inglês, com a data de 29 de
Novembro de 1935: "I
know not what tomorrow will bring" ("Não
sei o que o amanhã trará").
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