A luz matinal rasgara
o pez da bruma.
Ramos esgotados, entrançados,
solidários, descaem a prumo
na terra estéril, gretada,
envelhecida prematuramente.
Ar sem risco, brisa, fumo ou som,
homens (e mulheres) condenados ao exílio,
tão grande é a insolação, a desolação, o medo.
Mas por milagre assomou, entre pedras,
pequeníssima pétala de flor silvestre
a prometer
um novo céu,
uma nova terra,
uma nova vida.
Norberto Martins
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