quinta-feira, 27 de março de 2014

Dia Mundial do Teatro com Pedro Giestas


Em dia mundial do teatro, nós, Professoras Bibliotecárias do Agrupamento, optámos por homenagear o ator que nos visitará em breve no agrupamento para uma sessão aos alunos de 9º ano.
Pedro Nuno Giestas Tavares, natural de Vouzela tem-se notabilizado no mundo da representação, sendo que a sua última personagem dá vida a um homem rural num meio rural, isto é, o  espetáculo em cena, protagonizado por Pedro Giestas. A Visita fala da mais absoluta solidão numa aldeia de Portugal.

A Visita, tem texto e encenação de Moncho Rodriguez e interpretação de Pedro Giestas e remete-nos para uma realidade bem conhecida – a desertificação das aldeias portuguesas. 
 
A Título de curiosidade ficam algumas imagens do seu mais recente trabalho:
 

O texto "A Visita" vai ao encontro das sonoridades mais rurais e centra-se na figura de um homem dentro da mais absoluta solidão de uma aldeia de Portugal, igual a todas as aldeias onde já ninguém vive. Nessa aldeia vazia de gente só um ser inventado pode contar ou inventar histórias que talvez nunca existiram.

Quando um homem do campo, carregado de memórias, caminha solto no espaço, os seus pés de barro misturam-se com os dedos que se cavaram na terra. A harmonia é dissonante, no equilíbrio ele parece cambalear, como se fosse voar. Como marinheiro sem mar. A melodia desse movimento encontra o compasso no tropeço, como um corpo suspenso, que procura o gesto para sintetizar a ideia que se perde no meio da palavra. O ritmo determina o seu andamento pela ansiedade e a respiração queima o ar.

O texto serve apenas como ferramenta para uma construção ou desconstrução de qualquer lógica naturalista. O texto vai ao encontro da poética das sonoridades mais rurais.

Que espera este homem? Que podem esperar os homens? Que se pode esperar encontrar dentro das invenções que se reinventam para acreditar que se vive… Ou não se vive.

As aldeias morrem, de gentes, de bichos, e depois, de memórias que se escondem no vazio onde dorme a essência daquilo que somos e não somos.

Um homem dentro da mais absoluta solidão de uma aldeia de Portugal, igual a todas as aldeias onde já ninguém vive, nessa aldeia vazia de gente, só um ser inventado, pode contar, ou inventar histórias que talvez, nunca existiram.

As aldeias… Realidade abandonada à própria sorte… Realidade perdida… Desconexa. Mítica paisagem que a todos parece envergonhar e que todos procuram ignorar, desconhecendo que mesmo desertas elas existem, mesmo sem habitantes, elas resistem, mesmo sem existirem, elas teimosamente resistem… Lugar para onde não se volta mais.

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